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TAP Brasil quer crescer 10% este ano apesar de tendência para mercado “encolher”

Presstur 12-02-2009 (16h15)

“O meu objectivo este ano é crescer 10%”, disse ao PressTUR o director da TAP no Brasil, Mário Carvalho, sublinhando que a estratégia da companhia no seu maior mercado internacional terá que passar por ganhar quota de mercado, uma vez que se antecipa em 2009 uma redução da procura de voos para a Europa.

“Acho que o mercado vai cair 5% e, portanto, temos que aumentar o share nos canais de distribuição e ‘roubar’ tráfego aos outros”, comentou Mário Carvalho.

O executivo disse ao PressTUR que a companhia aumentou em 2008 o volume de vendas no mercado brasileiro em 33%, apesar de, nos últimos meses, já se verificar uma queda da procura de viagens internacionais.

Mais do que a crise económica e financeira global, a evolução no Brasil é mais directamente associada à “viragem” nos câmbios.

O Brasil passou de um quadro de sucessiva valorização do real face ao dólar e ao euro que, associado a um aumento do rendimento das famílias, estimulou as viagens ao estrangeiro, levando a que até Setembro de 2008 a despesa dos brasileiros em viagens e turismo no estrangeiro apresentasse um aumento médio de 57,6%, para um quadro de desvalorização.

A despesa dos brasileiros em viagens e turismo no estrangeiro passou então a apresentar quedas igualmente acentuadas, de 15,4% em Outubro, 29,8% em Novembro e 19,7% em Dezembro, reduzindo a média de crescimento no ano de 2008 para os 33,5%.

Esta evolução traduziu-se, no mercado BSP (vendas de voos regulares pelas agências de viagens através dos GDS), em fortes quedas, que se situaram na ordem dos 50% no mês de Dezembro, segundo avançou Mário Carvalho ao BSP.

O director da TAP Brasil salienta, porém, que mais do que a cotação do real, o que tem travado o mercado é a “incerteza”, uma vez que as variações dos câmbios têm sido muito rápidas e acentuadas.

“Essa incerteza quanto ao que vão pagar em reais no regresso da viagem, quando tiverem que pagar o cartão de crédito, é que está a gerar adiamento de decisões de viagem. Isso e, obviamente, o facto de o Brasil efectivamente parar entre o Natal e o Carnaval”, explicou Mário Carvalho, ao defender que em sua opinião mais do que um corte o que há é adiamento de decisões de viagem ao estrangeiro.

“Para quem conviveu com três reais por dólar há três anos...”, observou, ao enfatizar que o problema principal é a volatilidade dos mercados, que impede que as pessoas tenham controle sobre os orçamentos de viagem.

Mário Carvalho enfatizou ainda que em sua opinião “não é a crise mundial que está a provocar isto exclusivamente, mas sim estas nuances do mercado brasileiro”.

A TAP anunciou recentemente que transportou 1,196 milhões de passageiros nas linhas do Brasil, mais 20,4% do que em 2007.

Dados avançados ao “Panrotas”, parceiro do PressTUR no Brasil, por Luiz Mór, administrador da TAP, indicavam que no ano passado, mesmo nas rotas do nordeste, que eram consideradas, designadamente em Portugal, como linhas de transporte de europeus para fazer turismo no Brasil, o mercado brasileiro já era a primeira origem de passageiros.

Nos voos de Fortaleza, 22% dos passageiros tinham origem no Brasil, nos de Natal a sua participação era de 20%, nos de Recife atingia 43% e nos de Salvador estava em 32%.

Nas rotas do sudeste, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte, os dados da companhia têm apontado para participações do mercado brasileiro acima dos 50%.




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