Brasil - Após criticar Embraer, Lula quer ajudar empresa contra cortes
segunda-feira, 2 de março de 2009, 16:36
Presidente minimiza tom contra demissões e diz Brasil pode ajudar comprando aviões para aviação regional
Anne Warth, da Agência Estado
SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou as críticas à Embraer, que demitiu 4,2 mil funcionários no último dia 19, e diz que o Brasil pode ajudar a empresa por meio da compra de aviões da empresa a serem utilizados na aviação regional. "Agora nós precisamos resolver o problema da aviação regional no Brasil para ver se podemos comprar aviões da Embraer", afirmou. Já no programa semanal Café com o Presidente, Lula afirmou que as demissões eram "quase uma anomalia".
Ainda sobre as demissões, Lula disse que o caso da empresa aérea é diferente das demais companhias brasileiras, uma vez que 90% de sua produção é voltada para o mercado externo. "Na medida em que as encomendas são suspensas, a empresa teve que dispensar. As críticas que eu tinha que fazer à empresa eu já fiz junto com o ministro Miguel Jorge", afirmou.
"Não podemos nem nos queixar dos países estrangeiros que suspenderam os pedidos porque empresas brasileiras não fazem pedidos à Embraer. Para um leigo, é muito difícil entender por que utilizamos aviões da Boeing e da Airbus e não da Embraer", acrescentou. Lula não citou o próprio caso da Presidência da República, que, ao adquirir em 2003 um novo modelo para substituir o antigo Boeing-707 utilizado desde 1986, optou por um A319CJ, da Airbus.
Lula disse também que o aumento do desemprego no País não pode ser comparado ao que ocorreu em outros países do mundo. Lula foi questionado sobre se o crescimento do desemprego é uma das consequências dos efeitos da crise no País. "É importante que a gente não compare o desemprego no Brasil com o que está acontecendo em outros países. Nos não temos uma crise generalizada no Brasil", afirmou, após reunir-se com o primeiro-ministro dos Países Baixos, Jan Peter Balkenende, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Lula disse que houve crescimento no número de postos de trabalho criados nos últimos cinco anos. "Tivemos até agora três meses negativos, e eu trabalho com a convicção de que no final do ano os empregos gerados serão maiores do que os empregos desmontados no Brasil", declarou. "Continuo otimista em relação ao ano de 2009. Esse é o trimestre que eu considero mais delicado e espero que comecemos a melhorar a partir do segundo trimestre."
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