|

Brasil - Cabral defende abertura do Santos Dumont para outras rotas, mas não para os principais centros do país

RIO - O governador do Rio, Sérgio Cabral, afirmou nesta quarta-feira que não é contra a abertura do aeroporto Santos Dumont para voos fora do eixo Rio-São Paulo. Em entrevista à rádio CBN, ele frisou que se opõe, na verdade, à volta de rotas para grande centros do país, como Brasília, Belo Horizonte, Salvador e Recife. Cabral defendeu que, além da ponte aérea para São Paulo, o Santos Dumont abrigue apenas voos regionais para cidades menores.

" Voos do Santos Dumont para Ribeirão Preto (SP), Campinas (SP), Campo Grande (MS), Londrina (PR) são muito bem vindos. Agora, querer fazer voos para grandes centros é acabar com a conexão do Galeão. "

- Voos do Santos Dumont para Ribeirão Preto (SP), Campinas (SP), Campo Grande (MS), Londrina (PR) são muito bem vindos. Agora, querer fazer voos para grandes centros é acabar com a conexão do Galeão. Porque um voo não se sustenta só para quem quer fazer hub (conexão para voo internacional) - afirmou Cabral.

Ontem, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) decidiu revogar a portaria nº 187 que limitava os voos entre capitais a partir do Aeroporto Santos Dumont , no centro do Rio, permitindo apenas operações de ponte área, com origem e destino ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A decisão foi tomada pela diretoria colegiada da agência e a publicação da revogação da regra, que valia desde março de 2005, deve sair até o fim desta semana.

O governador do Rio se opõe à decisão da Anac porque quer revitalizar o Aeroporto Internacional do Galeão, ampliando o número de voos internacionais. O Galeão se encontra em processo de concessão para a iniciativa privada com vistas a Copa do Mundo de 2014 e a candidatura do Rio para sediar as Olimpíadas de 2016.

- Para um aeroporto se consolidar como um aeroporto de voos diretos internacionais é fundamental o que se chama "hub". O hub é a conexão desse aeroporto que recebe (voos internacionais) com os voos domésticos. Sem isso é impossível você ter maior volume de voos internacionais. Há que se ter conexões nacionais para que o usuário do aeroporto internacional não seja apenas o morador do Rio de Janeiro ou aquele que queira o Rio como destino final, mas também os moradores de outros estados do Brasil que usem o aeroporto como hub - argumenta Cabral.

Após a decisão da Anac, Sérgio Cabral prometeu recorrer à Justiça para tentar barrar a reabertura do Aeroporto Santos Dumont a voos de longa distância além da ponte-aérea Rio-São Paulo. Ele declarou guerra à agência, que acusou de ceder à pressão da empresa Azul, e prometeu retaliar com elevação de impostos e até a suspensão das licenças ambientais para o funcionamento do terminal.

O prefeito Eduardo Paes também criticou pesadamente a Anac nesta quarta-feira. Paes classificou a decisão da agência como "absurda" e "escandalosa" e disse que a liberação de vôos regionais no Santos Dumont presta "um desserviço ao Rio de Janeiro por esvaziar o Galeão". O prefeito disse que não descarta a adoção de ações judiciais, em conjunto com o governo estadual, para barrar a medida. Ele chamou a presidente da Anac, Solange Vieira, de "arrogante e petulante" e afirmou que a Anac e a Azul, "terão uma vida difícil no Rio, uma vez que se for necessário, recorrerá à cassação de licenças".

Novas rotas da Azul
" Quando recebi o David Neeleman no meu gabinete eu fiquei entusiasmado porque era exatamente a perspectiva dos voos regionais. Mas no terceiro encontro ele começou a falar de Recife, Brasília, Salvador, Belo Horizonte "

Na entrevista à CBN, o governador contou que teve reuniões com o dono da companhia aérea Azul, David Neeleman, e que tinha apoiado junto à Anac a proposta inicial do empresário de usar o Santos Dumont para voos para cidades menores do país. Segundo Cabral, no entanto, Neeleman mudou suas reivindicação ao longo dos encontros e passou a pleitear outras rotas:

- Quando recebi o David Neeleman no meu gabinete eu fiquei entusiasmado porque era exatamente a perspectiva dos voos regionais. Mas no terceiro encontro ele começou a falar de Recife, Brasília, Salvador, Belo Horizonte. E eu falei: "David, não foi isso que nós combinamos". Eu cheguei inclusive a ligar para a presidente da Anac, em defesa de David Neelman - disse.

No rádio, Cabral lembrou que outras cidades do mundo funcionam com aeroportos menores, com menos rotas, dentro do centro urbano, tendo outros aeroportos mais distantes da área central que atendem aos principais trechos. No caso de Nova York, há o JFK, que opera as rotas internacionais, e o La Guardia. Em Belo Horizonte, lembra Cabral, o aeroporto de Pampulha abriga apenas vôos estaduais, enquanto os demais partem do Aeroporto Internacional de Confins.



◄ Share this news!

Bookmark and Share

Advertisement







The Manhattan Reporter

Recently Added

Recently Commented