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Coreia do Norte posiciona míssil para lançamento


O Globo
Agências internacionais

WASHINGTON - A Coreia do Norte posicionou o que se supõe ser um míssil balístico de longo alcance na plataforma de lançamento, aparentemente preparando-o para ser disparado, disse uma autoridade dos Estados Unidos na quarta-feira.

- É possível que isso sinalize um lançamento iminente, mas o momento exato continua indeterminado - declarou a fonte.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que o lançamento de um míssil norte-coreano seria uma ação provocativa e teria consequências.

- A intenção que foi comunicada pelos norte-coreanos de lançar um míssil, para qualquer propósito, será considerada um ato de provocação e com consequências sobre as negociações de seis partes, que nós gostaríamos que fossem retomadas - advertiu.

" A intenção dos norte-coreanos de lançar um míssil será considerada um ato de provocação "

A fonte alertou que é difícil avaliar as reais intenções da Coreia do Norte ao colocar o míssil na sua base da localidade de Musudan-ri (leste), que já foi usada para testes anteriores com mísseis.

- Eles também podem decidir tirar da tomada - afirmou.

Outra fonte americana disse, também sob anonimato, que a Coreia do Norte já montou dois estágios do que deve ser um foguete de três estágios.

Pyongyang diz que pretende lançar um satélite entre os dias 4 e 8 de abril. Os EUA e seus aliados da Ásia temem que na verdade isso oculte um teste com o míssil de longo alcance Taepodong-2, supostamente capaz de atingir o Alasca.

Sanções da ONU por causa de um teste anterior em 2006 proíbem a Coreia do Norte de realizar testes com mísseis balísticos.

A Coreia do Norte informou a entidades internacionais sobre a trajetória planejada para o foguete, que passaria sobre o Japão, deixando cair seus estágios a leste e oeste do arquipélago.

Analistas dizem que esse aviso ajuda o Norte a argumentar que o lançamento do foguete não viola as sanções da ONU. Pyongyang alerta ter direito a um programa espacial pacífico.

- Embora os norte-coreanos tenham feito uma declaração pública de que se trata de um lançamento espacial, seria uma violação da resolução 1718 do Conselho de Segurança da ONU. Portanto, naturalmente nos oporíamos - disse o assessor de imprensa do Pentágono, Geoff Morrell.

Ele não quis dizer se os EUA planejam alguma contra-ação militar. Pyongyang diz que o eventual abate do foguete seria encarado como um ato de guerra.

O almirante Timothy Keating, chefe do Comando Pacífico dos EUA, disse que os militares americanos poderiam com alta probabilidade interceptar um míssil norte-coreano que se dirija para o território americano, caso recebam ordens nesse sentido.

Analistas afirmam, porém, que dificilmente os EUA tentarão abater o foguete, o que poderia complicar as já paralisadas negociações diplomáticas para o fim do programa nuclear do país comunista.

Especialistas afirmam que a Coreia do Norte precisaria de 7 a 10 dias de preparativos depois de colocar o foguete na plataforma. Ele ficaria visível a satélites de espionagem depois de ser levado da fábrica para a plataforma.

Seul volta a advertir sobre provocações

A Coreia do Sul advertiu nesta quinta-feira o Norte de que seu previsto lançamento de míssil seria um grave desafio e uma provocação contra a segurança da região, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

- Se a Coreia do Norte realizar o lançamento, apesar das advertências de nosso governo e da comunidade internacional, será um grave desafio e uma provocação contra a segurança da península coreana e a estabilidade do nordeste asiático - disse o porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Won Tae-jae.

Diante deste novo passo dado por Pyongyang, a Coreia do Sul deve enviar ao Mar do Leste o destróier "Sejong, o Grande", para vigiar o foguete norte-coreano. Vários navios de guerra da classe de EUA e Japão já patrulham as águas do Mar do Leste.

A Coreia do Sul e a comunidade internacional se opõem a qualquer lançamento de foguetes norte-coreanos, já que a tecnologia utilizada para o teste anunciado é muito similar à necessária para disparar um míssil de longo alcance.

O regime norte-coreano já fez um teste nuclear em 2006, que gerou rejeição internacional e agravou seu isolamento político.




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