Coreia do Sul muda rota de jatos após ameaça norte-coreana
Duas companhias aéreas da Coreia do Sul - Korean Air e Asiana - mudaram as rotas de seus voos depois que a Coreia do Norte disse que não pode mais garantir a sua segurança.
A advertência da Coreia do Norte foi feita em meio ao aumento da tensão entre os dois países. O regime de Pyongyang já havia dito que exercícios militares enre a Coréia do Sul e os Estados Unidos, que serão realizados na próxima semana, poderiam deflagrar um confronto militar.
A Coreia do Norte ha muito qualifica este tipo de exercício anual como "uma provocação", e no momento a tensão entre as duas Coreias está exacerbada.
Cerca de 30 voos internacionais diários costumam sobrevoar o espaço aéreo norte-coreano quando deixam e retornam à Coreia do Sul.
A Coreia do Norte apresentou este ano objeções aos exercícios regulares, em um raro encontro entre seus generais e o comando de forças das Nações Unidas lideradas pelos Estados Unidos na Coreia do Sul. As manobras, que ocorrem anualmente, deverão envolver milhares de soldados e terão a duração de 12 dias.
Especulações de que a Coreia do Norte planeja realizar testes com mísseis de longo alcance lançados a partir de uma base em Hwadae só contribuiram para alimentar a desconfiança na região.
O correspondente da BBC na capital sul-coreana, Seul, John Sudworth, disse que aviões de passageiros costumam decolar do aeroporto da cidade e seguir para Estados Unidos passando pelo Mar do Japão e acompanhando a costa coreana em direção à Rússia e ao norte do Alasca.
Normas internacionais
O governo sul-coreano pediu à Coreia do Norte para "retirar imediatamente" a ameaça contra estes aviões.
"Uma ameaça militar às operações normais de aviões civis não apenas viola normas internacionais mas também é um ato desumano que nunca pode ser justificado", disse nota do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul.
O porta-voz do Departamento de Estado em Washington, Gordon Duguid, disse que o governo da Coreia do Norte deveria buscar formas de cumprir seus compromissos para um desarmamento "ao invés de fazer declarações que ameaçam a aviação pacífica".
As relações entre as duas Coreias se deterioraram desde a eleição do presidente sul-coreano Lee Myung-bak no ano passado.
Lee pos fim à política de seu predecessor de oferecer ajuda incondicional ao vizinho - a assistência bilateral passou a depender do progresso na desnuclearização da Coreia do Norte.
O governo norte-coreano respondeu com a suspensão de uma série de acordos de paz com Seul.
O emissário do governo americano, Stephen Bosworth, realiza no momento um giro por China, Japão e Coreia do Sul em um esforço para reavivar as conversações para o desarmamento nuclear, que estão emperradas.