Nave russa Soyuz decola para missão histórica no espaço
Com nova tripulação de seis astronautas, ISS terá japonês, belga, russos, americanos e canadense a bordo
AP
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A Soyuz TMA-15, transportando o astronauta canadense Bob Thirsk, o russo Roman Romanenko e o belga Frank DeWinne partiu para dar início a uma jornada de dois dias à Estação Espacial Internacional (ISS), que hoje é a maior estrutura artificial em órbita da Terra. Centenas de jornalistas, parentes, visitantes e autoridades, incluindo o príncipe Philippe da Bélgica, aglomeraram-se em torno de dois postos de observação, a 1,5 km de distância, tirando fotos e aplaudindo enquanto o foguete fazia a terra balançar.
A decolagem ocorreu exatamente como planejado, às 16h34, hora local (3h34 da madrugada, em Brasília). A cápsula deve se ligar à ISS nesta sexta-feira, 29. Os três astronautas a bordo da Soyuz vão se unir aos três membros da tripulação já a bordo da ISS, formando uma tripulação permanente de seis pessoas em órbita pela primeira vez. De Winne, de 48 anos, será o primeiro comandante europeu da estação. Ele receberá o posto do russo Gennady Padalka, em outubro.
A nova tripulação vai consolidar o caráter internacional da ISS, que atualmente é composta por Padaka, pelo americano Barratt e pelo japonês Koichi Wakata. Falando em entrevista coletiva na véspera do lançamento, De Winne saudou as vantagens de uma abordagem internacional para a exploração espacial. "Para uma única nação manter seis pessoas a bordo de uma estação espacial seria impossível", declarou.
Especialistas também dizem que a tripulação ampliada permitirá grandes avanços na pesquisa científica. "Os tipos de ciência, a quantia da ciência... tudo se expandirá uma vez que tenhamos nosso pés firmes com as seis pessoas a bordo", disse o porta-voz da Nasa, Rob Navius.
A Agência Espacial Canadense planeja doze experimentos para estudar os efeitos da falta de peso no corpo humano. Equipamento para uma série de pesquisas europeias aguarda aguarda lançamento em um ônibus espacial, previsto para agosto.
Mais pessoas no espaço também significará mais lixo, no entanto, e as agências espaciais do Japão, Europa e Rússia estão mobilizando diversos veículos espaciais para garantir um fluxo tranquilo de material de e para a ISS.
Astronautas do ônibus espacial Endeavour trabalharam no ano passado para expandir a ISS, levando ao espaço um novo banheiro, uma kitchenette, uma ma´quina de exercícios físicos, dois quartos e um sistema de reciclagem que converterá a urina e o suor dos astronautas em água potável.
A ISS atinge sua capacidade plena de uso menos de um ano antes do prazo final dado pelo ex-presidente dos EUA, George W. Bush, para que os ônibus espaciais - fundamentais para construção do posto orbital - deixem de ser usados. O futuro da participação americana na ISS ainda é incerto, já que sem os ônibus espaciais o único veículo capaz de levar astronautas à base espacial são as naves russas Soyuz.
A construção da ISS sofreu vários atrasos ao longo da última década, sendo o maior deles o provocado pelo desastre do ônibus espacial Columbia, em 2003, que paralisou as obras por dois anos.