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Presidente do Peru critica a compra de caças pelo Chile


Alan García pediu "reflexão" sobre o destino do gasto fiscal na região

Da redação*

Dois dias depois do governo chileno anunciar que está em negociações para a compra de mais 18 caças F-16 A/B MLU usados da Holanda, o presidente do Peru, Alan García, lançou uma crítica velada ao Chile.

Consultado a respeito do plano de Santiago, o mandatário peruano fez um chamado à reflexão sobre o destino do gasto fiscal na região. "É importante fazer um esforço de reflexão, todos, para ver se conseguimos equilibrar nossa realidade e nos dediquemos a fortalecer nossas economias e a qualidade de vida da cidadania", afirmou García.

Apesar de dizer que não opinaria sobre o que qualificou como "tema interno" do Chile, o governante afirmou que o "Peru está crescendo um pouco mais e tem mais investimento. Às vezes há temas prioritários". García completou dizendo que no caso do Peru "queremos ter Forças Armadas dissuasivas, porque não temos nenhum afã expansionista nem vingativo."

O Presidente peruano reconheceu que existe um "afastamento" entre Lima e Santiago em virtude do litígio em Haia. Ao tomarem conhecimento da negociação entre Chile e Holanda, parlamentares peruanos opinaram que a compra dos aviões era um sinal de que Santiago poderia não reconhecer uma eventual derrota do tribunal internacional de Haia.

A chancelaria chilena não quis comentar as declarações peruanas.

Quando anunciou a compra de mais caças F-16, na última terça-feira (28/04), o Ministro da Defesa chileno, Francisco Vidal, fez questão de descartar qualquer hipótese de corrida armamentista e ressaltou que a compra faz parte da renovação de armamentos e equipamentos das Forças Armadas chilenas. De acordo com o Ministro, "trata-se de renovação do material que estava obsoleto. Tínhamos aviões da década de 60 e 70 e uma frota da Marinha com 40 anos de uso. O Chile não tem aumentado sua potência militar, tem renovado seu material bélico".

Disputa por fronteiras marítimas

Desde 2008 o Peru vem buscando resolver históricas diferenças de limites marítimos com o Chile na Corte Internacional de Justiça, em Haia. Lima afirma que ainda está pendente a delimitação marítima com o Chile e pede que a Corte determine o limite no mar via uma linha equidistante das costas dos dois países.

Já o Chile alega que não tem diferenças de limites pendentes com o Peru. Para Santiago, a fronteira marítima é uma linha paralela sobre as águas do oceano Pacífico, ratificada em tratados assinados em 1952 e 1954. O Peru não reconhece os tratados e afirma se tratarem apenas de convênios para a atividade pesqueira no mar.Image

* Com informações do jornal El Mercurio





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