Air France 447 - França inicia busca da caixa-preta
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Estado-Maior das Forças Armadas solicitou autorização para colocar equipes em águas sob controle do Brasil
Andrei Netto, PARIS
A ofensiva será marcada notadamente pela chegada do submarino nuclear de ataque (SNA) Émeraude S604, equipado de sonares especiais capazes, em tese, de localizar o sinal das balizas fixadas nos gravadores (mais informações nesta página). Ele se juntará à esquadra que já se encontra na região do acidente - a cerca de 100 quilômetros da costa do Recife -, que inclui o navio de guerra Mistral, para transporte de helicópteros que realizarão buscas e para o resgate de corpos que restam no mar. A terceira embarcação esperada, o Pourquoi Pas?, traz robôs submarinos capazes de explorar o fundo do oceano em altas profundidades, além de dois rebocadores do armador francês Louis Dreyfus, também equipados de sonares.
No Atlântico, segundo o Estado-Maior francês, já trabalham a fragata Ventôse, que realizou o resgate de alguns dos corpos encontrados até aqui, além de dois aviões de patrulha marítima Atlântico 2, um avião de supervisão e buscas Falcon 50M e um avião de detecção e comando Awacs. As aeronaves, segundo as Forças Armadas do país, somavam até ontem 170 horas de buscas na região.
Questionado pela imprensa francesa, o porta-voz do Estado-Maior, capitão Christophe Prazuck, afirmou ontem que a missão de busca tem abatido os militares deslocados para a costa brasileira. "Para eles, é uma missão difícil. Mas eles estão conscientes da importância de seus trabalhos para as famílias das vítimas."
SOM E PARÂMETROS
Tamanha mobilização se dá à procura de dois equipamentos cujo tamanho é comparável a uma caixa de sapatos. A primeira caixa-preta é o Flight Data Recorder (FDR), que registra os parâmetros de voo, enquanto a segunda, o Cockpit Voice Recorder (CVR), registra as conversas de som na cabine de pilotagem. Segundo Laurent Kerleguer, engenheiro e especialista em ambiente marinho dos Serviços Hidrográficos e Oceanográficos (Shom), da Marinha da França, a complexidade das buscas pelos equipamentos dependerá da área de procura a ser delimitada e da profundidade em que os aparelhos estão perdidos. As caixas-pretas são consideradas peças importantes - mas não necessariamente cruciais - na apuração das causas pelo Escritório de Investigações e Análises sobre a Aviação Civil (BEA).