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Air France 447 - Voo 447: perícia em corpos resgatados indica que avião se desintegrou no ar

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AP

Um mergulhador da Marinha brasileira examina destroços encontrados no oceano Atlântico

SÃO PAULO - A perícia realizada em algum dos 50 corpos já resgatados de vítimas do voo 447 da Air France revela que o avião se desintegrou no ar, afirmaram especialistas nesta quarta-feira. Em condição de anonimato, um porta-voz dos médicos brasileiros disse que os exames preliminares revelam múltiplas fraturas nas pernas, nos quadris e nos braços das vítimas.

De acordo Frank Ciacco, um perito forense que trabalhou no Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos, as fraturas podem de fato significar que o avião partiu-se no ar. Ele acredita que os grandes pedaços de destroços recuperados do avião seriam outro indício. Ele afirma que os corpos e os destroços estariam severamente fragmentados se o avião tivesse caído intacto no mar.

( Veja as imagens dos últimos destroços recuperados )

- Geralmente, encontrar corpos intactos e fraturas múltiplas (braços, pernas e quadris) é um forte indício de uma fragmentação durante o voo. Especialmente se você encontra grandes pedaços da aeronave também.

Imagem divulgada pela Marinha brasileira mostra parte da fuselagem recuperada

Para o consultor americano de segurança em aviação Jack Casey, ex-investigador de acidentes aéreos, o fato de alguns corpos terem sido encontrados sem roupa pode ser significativo.

( Autoridades da França e Brasil descartam atrito por necorpsias )

- Em uma fragmentação no ar, como estamos supondo, as roupas são simplesmente rasgadas.

Casey disse ainda que as múltiplas fraturas são coerentes com a hipótese.

- Ser ejetado naquele tipo de corrente de ar é como bater em uma parede de tijolos. Mesmo que eles (os passageiros) estejam em seus assentos, o efeito é o de uma batida. Muitos deles estavam mortos muito antes de chegar à água, acredito - disse.

Quando um avião bate na água intacto, como a aeronave egípcia que caiu no oceano Atlântico após deixar Nova York, em 1999, os destroços e os corpos se partem em pequenos pedaços, disse Ciacco.

- Quando houve um impacto na água, há muito mais fragmentação dos corpos. Eles chegam à água com muito mais força - disse.

Imagem divulgada pela Marinha brasileira mostra destroços encontrados no oceano Atlântico

Mas a ausência de marcas de fogo nos corpos ou nos destroços não necessariamente exclui a possibilidade de uma explosão no avião, segundo John Goglia, ex-membro do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos.

Se algo incendiou ou fez com que a fuselagem inferior do avião explodisse, "os passageiros não estariam diretamente expostos" e o avião ainda assim se desintegraria durante o voo.

- São cenários que não podem ser excluídos.





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