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Ryanair classifica posição da ACI de “disparate” e falsidade

Presstur 05-02-2009 (05h38)

A low cost Ryanair, que conta com dinheiros de aeroportos à conta de apoios a campanhas de marketing de rotas, como é o caso em Portugal, onde a ANA é um dos parceiros do fundo de incentivo à captação de voos, desvalorizou as críticas feitas ontem pela ACI Europa à limitação de um volume de bagagem de mão, classificando-as de disparate (“rubbish”) e falsidade.

Começando por se referir à ACI como corpo associativo de muitos dos aeroportos europeus de elevados custos e ineficientes, a Ryanair argumenta que o limite de um só volume de bagagem de mão não impede as compras nos duty free porque os passageiros têm a “generosa” possibilidade de transportar um volume de até 10 Kg.

A Ryanair também ataca a alegação por parte da ACI de que a compra nos duty free faz parte da “experiência de viajar”, contrapondo que os passageiros não tem qualquer interesse em compras nos aeroportos e apenas querem é chegar aos aviões com o mínimo de tempos de espera e inconvenientes.

A low cost ataca também a perspectiva afirmada pela ACI de que as vendas nas lojas são factor de redução dos custos dos aeroportos, contrapondo que a chave para encargos baixos são terminais eficientes e de baixos custos, “algo sobre o qual muitos dos aeroportos da ACI nada sabem”.

A Ryanair sustenta que as taxas pagas por companhias aéreas e passageiros cobrem os custos de infra-estruturas aeroportuárias eficientes, mas não os “desperdícios dos Taj Mahal tão queridos de muitos dos membros de elevados custos e ineficientes” da Associação.

Outro argumento da Ryanair é que as compras duty free praticamente desapareceram há cerca de dez anos nos voos intra-europeus, frisando que apenas 5% das suas 800 rotas são para destinos fora da União Europeia.

“Num período em que muitos membros da ACI estão a apresentar substanciais quedas de tráfego, talvez o S. Jankovec [director geral da ACI Europa] e muitos dos outros monopolistas na ACI devam começar a focar-se em oferecer aos passageiros o que eles realmente precisam, isto é, fácil acesso, instalações aeroportuárias eficientes e não bens caros mascarados de ‘travel value retail’”, ataca Stephen McNamara, citado no comunicado da Ryanair.

A Ryanair, como outras companhias low cost e tradicionais, acentuaram no ano passado a tendência para “fragmentar” os preços do transporte aéreo, isolando componentes que anteriormente estavam todas incluídas no preço do bilhete, designadamente o despacho de bagagem, que passou a ser cobrado separadamente.

Este procedimento tem levado várias organizações de defesa dos consumidores a alertarem para os “custos escondidos”, referindo-se aos “adicionais” que antes eram parte do preço do bilhete do voo.

As contas das companhias aéreas mostram que estas receitas, geralmente classificadas como complementares (da venda de passagens), têm crescido acentuadamente e começam a ter peso significativo nos seus proveitos.

As contas da Ryanair relativas ao último trimestre de 2008 indicavam que em proveitos operacionais totais de 604,54 milhões de euros nesse período, as receitas complementares (“ancillary”) representaram 21,8% do total, elevando-se a 131,8 milhões.

Face ao período homólogo de 2007, em que representavam 19,4% dos proveitos operacionais, as receitas complementares cresceram 19%, enquanto os proveitos de passagens apenas aumentaram 3%.

Para os nove meses de 1 de Abril a 31 de Abril de 2008, as contas da Ryanair indicam que o crescimento das receitas operacionais em 14%, para 2,4 mil milhões de euros, foi conseguido com um aumento das receitas de passagens em 11% e um crescimento dos proveitos complementares em 25%.

Estes proveitos “ancillary” totalizaram 454 milhões de euros nos nove meses, o que equivale a 18,8% das receitas operacionais totais, quando no período homólogo de 2007 representavam 17,1%.

O balanço da Ryanair diz que a progressão nas receitas complementares reflecte os crescimentos das vendas a bordo, dos proveitos não de voo e outros produtos complementares.




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