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Vendas do Ipanema vão bem, obrigado




As vendas de aviões agrícolas da Indústria Aeronáutica Neiva, de Botucatu (SP), subsidiária da Embraer, decolaram em 2008, apesar da crise financeira global, e prometem voos mais altos em 2009. No ano passado, a empresa negociou 32 unidades, 33% mais que no ano anterior.

O bom desempenho dos negócios reflete o perfil diferenciado dos clientes para este tipo de produto, normalmente marcado por grandes produtores agrícolas e empresas especializadas em pulverização, explicou ao Valor o diretor da Neiva, Almir Borges.

Em janeiro, sete novas unidades foram encomendadas à Neiva, volume que animou a empresa a fazer projeções mais otimistas para este ano. Em uma estimativa conservadora, a comercialização deste tipo de aeronave poderá repetir o mesmo desempenho do ano passado, segundo a empresa. Em sua fábrica instalada em Botucatu, a Neiva tem uma capacidade para produzir 50 unidades por ano.

Do total negociado em 2008, pelo menos 95% são de aviões movidos a álcool, que é produzido pela Neiva desde 2005. O álcool combustível é o mesmo usado para abastecer os veículos. “Só produzimos avião movido à gasolina quando o cliente faz questão.”

Um avião agrícola “básico” custa em torno de R$ 642 mil. Segundo Borges, 70% das unidades são financiadas via Finame e outros 30% são pagos com recursos próprios dos fazendeiros.

Com uma frota de 10 aviões agrícolas, o executivo Bruno Vasconcelos, diretor da Sana, empresa de pulverização instalada em Leme (SP), adquiriu mais uma aeronave em outubro do ano passado, no auge da turbulência financeira global. “Esse segmento [de pulverização] não tem sido afetado pela crise.”

O modelo de aviões agrícolas produzido pela Neiva, conhecido como “Ipanemão”, foi desenvolvido pela empresa nos anos 1970. A demanda tornou-se crescente nesses últimos anos por conta das vantagens que possui sobre as tradicionais máquinas agrícolas terrestres.

As aeronaves agrícolas são utilizadas na pulverização das lavouras. A velocidade da aplicação aérea é cinco vezes maior que a da terrestre. Outra vantagem é que a aplicação aérea pode ser feita em qualquer tipo de solo, inclusive nas regiões acidentadas, onde os tratores não alcançam, e também em períodos de chuva.

O alcance dos aviões também é maior nas lavouras atingidas pela ferrugem da soja. Além disso, a pulverização por tratores compactam o solo, fato que não ocorre quando o processo é realizado pelas aeronaves. Um avião agrícola tem capacidade para aproximadamente 950 litros de insumos, suficientes para cobrir uma área de 60 hectares.

A Neiva é a única fabricante nacional, desde 1973, deste tipo de avião. A empresa tem como principais concorrentes os tratores pulverizadores terrestres e os aviões importados dos Estados Unidos - país com a maior frota mundial deste tipo de aeronave. A valorização do dólar sobre o real desde o ano passado, por conta da crise financeira global, beneficiou a companhia. Mas, em contrapartida, acirrou a disputa pelas vendas de frotas usadas. No Brasil, a frota aérea agrícola está estimada em 1.300 unidades, das quais cerca de 1.000 foram fabricadas pela Neiva.

FONTE: Portal MS




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