Brasil - Piloto de GO falou que poderia se matar em avião, diz mulher
Mãe de Penélope prestou depoimento nesta terça; antes da morte, ele tinha comportamento 'estranho'
Rubens Santos, da Agência Estado
Durante o depoimento, que durou quase duas horas, Érika disse que teve uma união estável de seis anos com Kleber e revelou também que ele não aprendeu a pilotar somente em simuladores. Ela disse que seu marido recebeu treinamento em Luziânia, a 45 quilômetros de Brasília. Érika afirmou também que amava o marido e que ele era apegado à filha Penélope. "Os dois se amavam muito", disse. O carinho familiar, porém, não mudou um comportamento depressivo. "Ele vivia pelos cantos, não trabalhava, ficava calado, tristonho, desmotivado", afirmou.
Dias antes do voo da morte, segundo depoimento de Érika, ele apresentou um comportamento estranho. "Não queria ficar em casa. Primeiro nos levou para Caldas Novas (GO), onde ficamos uma semana. Na volta, quis ir a Brasília", contou. "O que mais intrigou é que, antes de viajarmos para Caldas, ele pediu que pegasse o seu tênis. (Ele) Não tinha o hábito de usar tênis, exceto para fazer voos panorâmicos em Goiânia", revelou.
"No caminho para Brasília (km 118 da BR-060) ele parou o carro numa estrada vicinal, abriu o porta-malas e me pediu para ajudar a pegar algo embaixo do tapete. Quando abaixei, me acertou na cabeça com o extintor", relembrou. A pancada provocou um ferimento profundo na cabeça. Abandonada no local, buscou ajuda e foi socorrida por uma ambulância. "Dentro do hospital, alguém disse que um avião caiu no shopping Flamboyant", relembrou. "Naquele momento tive certeza de que era o Kleber e a minha filha Penélope estava morta", afirmou.