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Air France 447 - Air France: diretor técnico do Snea afirma que avião do voo AF 447 estava dentro dos padrões internacionais de aviação civil


RIO - Especialista em segurança de voo, o diretor técnico do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação (Snea), Ronaldo Jenkins, informa que o avião usado pela Air France no voo AF 447, do Rio a Paris, com 18.870 horas de voo, desde que entrou em operação em 16 de abril de 2009, e que teve sua última revisão no hangar em 16 de abril de 2009, está em conformidade com os padrões internacionais de aviação civil:

- Uma aeronave só é considerada geriátrica com mais de 90 mil horas de voo. A estrutura de aeronaves hoje em dia suportam até uma carga horária maior que esta e nem seria a idade que influenciaria tanto, mas o programa de manutenção conduzido pela companhia aérea . E estas empresas de grande porte costumam ter programas enquadrados às recomendações dos fabricantes que atendem às normas internacionais homologadas por autoridades aeronáuticas - explica.

Com relação à possibilidade de o avião ter sido atingido por um raio ao passar por uma área de turbulência, mencionada por um porta-voz da Air France , Jenkins informou que isso seria possível, mas que os aviões estão aptos a suportar descargas elétricas:

- É possível que o avião tenha sido atingido por um raio sim, mas isso não costuma causar qualquer tipo de problema. Já verificamos isso em filmes documentais. As aeronaves têm descarregadores estáticos que atuam nestas situações. Eu já tive um avião que foi atingido por um raio, que pegou na cobertura do radar e nem sentimos o abalo. Agora, existe também a possibilidade de estar com uma fiação mais exposta e isso influenciar, porque é um campo eletromagnético que se forma. Não é comum, seria uma possibilidade excepcionalíssima. De uma forma geral, aviões costumam receber raios sem sofrer danos maiores. Não acredito que um raio tenha sido a causa - diz Jenkins, que é piloto aposentado.

Ainda sem fatos que indiquem as reais causas do acidente, Jenkins ressalta que acidentes aéreos costumam ocorrer após uma sequência de fatores:

- Não existe um fator isolado que gere acidente, sempre uma sequência de parâmetros. Existem alguns problemas que se somam. E, neste caso, qualquer coisa que a imaginação colocar pode ter acontecido. Ainda não temos uma evidência maior par identificar a causa, a não ser o fato de que houve uma pane elétrica, que sozinha não causa problemas. Os aviões tem, no mínimo, dois sistemas elétricos independentes, até três, às vezes. Se perder todos eles, a aeronave não cai. Existe ainda um outro sistema que sai do avião, como se fosse uma hélice e monta um gerador para suprir os sistemas básicos de controles de voo (navegação, altitude, velocidade).

De acordo com nota oficial da companhia, o avião partiu do Rio às 19h de domingo e deveria chegar a Paris nesta segunda-feira às 11h15 (06h15, hora de Brasília). A FAB afirmou que o último contato com o voo AF 447 foi feito às 22h33 (horário de Brasília) de ontem, portanto três horas após a sua decolagem. Ainda de acordo com a Air France, a aeronave teria enviado um comunicado automático às 2h14m (horário de Londres), indicando uma pane do circuito elétrico numa zona afastada da costa, depois de ter passado por uma forte turbulência.





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