|

Air France 447 - Voo 447: Turbulência pode ter levado comandante a desligar piloto automático do Airbus

Click here for more news / Clique aqui para mais notícias

SÃO PAULO - O piloto Marc Dubois, 58 anos, pode ter desligado o piloto automático do avião para atravessar a turbulência na aerovia UN873, que seguia rumo a Paris. Aos 58 anos, 21 anos de Air France e 11 mil horas de voo, Dubois é considerado um piloto experiente. Pelas regras internacionais de aviação, o piloto automático só deve ser desligado durante o voo diante de uma turbulência moderada a severa, justamente a que, imagina-se, tenha sido enfrentada pela tribulação da companhia francesa.

A revista virtual "Aviation Herald", especializada em acidentes aéreos, afirma que o piloto automático estava desativado durante os quatro minutos e que mensagens automáticas foram disparadas pela aeronave ao centro de controle da Air France neste período - entre 23h10 e 23h14. O avião voava a 35 mil pés, segundo a FAB. A Air France informou que recebeu apenas aviso automático de pane elétrica, seguido de despressurização da cabine. A informação foi confirmada pela Força Aérea Brasileira, acrescentando que a posição da aeronave no momento dessa mensagem era N3.5777 W30.3744.

Mas a revista Aviation Herald afirma que, segundo fontes da própria Air France, o sistema Acars, que transmite mensagens entre o avião e a central da companhia, registrou outros comunicados, entre 2h10m (23h10m horário de Brasília) e 2h14m. O primeiro indicava que o piloto automático do avião havia sido desligado e que o controle de voo havia sido mudado. Diz ainda que, entre 2h11m e 2h13m, foi registrada uma sequência de mensagens indicando falhas nos sistemas ADIRU e ISIS. Em seguida viram sinais de falha de PRIM 1 e SEC 1. Precisamente as 2h14m, chegou a última mensagem, de velocidade vertical, indicando a queda do avião. Essa sequencia de mensagens não foi confirmada por outras fontes.

- Numa condição de pane elétrica, com despressurização, o piloto tem de descer o mais rapidamente possível. Mas numa turbulência, qualquer movimento rápido pode causar ruptura na estrutura do avião, o que deve ter acontecido - diz o consultor e piloto George Rocha, especialista em aviação civil.

Segundo Rocha, alguns pilotos costumam se desesperar e tentam sair rapidamente da turbulência, o que poder ser um erro. No caso do piloto da Air France, porém, pode não ter lhe restado outra alternativa, já que a despressurização poderia ter ocorrido antes.

Rocha afirma que, apesar da Rede de Meteorologia da Aeronáutica (Redemet) ter indicado mau tempo na rota, o piloto não deve ter visualizado a tempestade a tempo. Ao contrário, deve ter sido surpreendido pela turbulência. Não fosse assim, acrescenta, teria conseguido desviar, aumentando - e não diminuindo - a altitude do voo.

- É preciso ir para o lado oposto de onde está tormenta. Eu mesmo fiz isso num voo para Miami, quando de desviar de um furacão - conta.

O consultor não acredita que o piloto tenha reduzido a altitude do voo para escapar da turbulência. Na avaliação dele, se isso aconteceu, é porque o avião já havia se despressurizado.





◄ Share this news!

Bookmark and Share

Advertisement







The Manhattan Reporter

Recently Added

Recently Commented