Continental corta mais 1.700 postos de trabalho; Poupança no fuel não compensa queda de receitas
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A Continental Airlines, única companhia dos EUA com voos regulares anualmente para Lisboa, anunciou ontem mais medidas de redução de custos, entre elas cortar 1.700 postos de trabalho, ao apresentar um prejuízo de 213 milhões de dólares no segundo trimestre, no qual os custos de combustíveis baixaram 762 milhões, mas, pela crise, a receita caiu 918 milhões, 50 milhões dos quais atribuídos ao impacto no sector da pandemia de gripe A(H1N1).
“Temos que dar passos agressivos para aumentar a receita e reduzir custos. As mudanças mais difíceis serão as reduções de pessoal que somos forçados a fazer em toda a companhia”, afirmava o actual Chairman e CEO da Continental, Larry Kellner (clique para ler: Jeff Smisek sucede a Larry Kellner na chefia da gestão executiva da Continental), citado no comunicado em que a companhia divulgou as medidas que decidiu adoptar face à evolução até Junho.
A informação da Continental, que já obteve o anti-trust para aderir à Star Alliance, aliança da qual também faz parte a TAP, começa, aliás, por destacar que a Continental vai avançar com medidas tanto do lado dos custos como das receitas para conseguir cem milhões de dólares em benefícios adicionais.
As medidas anunciadas são a redução de 1.700 postos de trabalho, em acréscimo aos 500 que já decidira eliminar e à oferta de licenças sem vencimento a 700 assistentes e comissários de bordo, e aumentos da taxa de check-in de bagagens em voos domésticos e da taxa para reservas telefónicas, em ambos os casos em cinco dólares.
O balanço da Continental indica que no segundo trimestre teve uma queda da receita em 22,7%, para 3,1 mil milhões de dólares (Continental Airlines e subsidiárias regionais), composta por decréscimos em 24,2% nas receitas de passageiros, para 2,767 mil milhões, e em 37,9% no transporte de carga, para 82 milhões.
A queda da receita de passageiros da Continental Airlines (em 22,9%, para 2,3 mil milhões de dólares) foi provocada por quebras de 22,4%, para 1,167 mil milhões de dólares, nos voos domésticos, 28,3%, para 577 milhões, nos voos transatlânticos, 20,8%, para 345 milhões, nas ligações com a América Latina e 12,3%, para 211 milhões, no sector de rede Pacífico.
As contas da Continental mostram que estas quedas foram provocadas principalmente pela queda do yield (preço médio a que vendeu cada unidade de transporte, em passageiro x milha), que baixou 18,3%, reflectindo designadamente a forte queda do chamado tráfego premium (passageiros que compram bilhetes de tarifa mais elevada, designadamente de executiva e primeira).
“Os resultados do segundo trimestre foram afectados negativamente por decréscimos significativos do tráfego de elevado yield, porque muitos viajantes de negócios reduziram viagens ou compraram bilhetes de yield inferior, devido à debilidade da economia”, diz a Continental no balanço.
A informação especifica, para a Continental, que o yield nos voos domésticos baixou 15,9%, nas ligações transatlânticas a queda atingiu 23,8%, no sector América Latina a queda foi de 16,4% e no sector Pacífico a queda foi de 18,3%.
As contas também mostram, embora em média a companhia, por reduções de capacidade (-7,3% em média), tenha melhorado a taxa de ocupação dos voos, a queda do yield levou a uma descida média da receita unitária (yield ponderado pela taxa de ocupação) em 16,9%, com decréscimos de 14,3% nos voos domésticos, de 19,8% nos transatlânticos, 16,5% no sector América Latina e 22,3% no sector Pacífico.
Embora no segundo trimestre o grupo Continental apresente uma redução dos custos operacionais em 20,3%, para 3,28 mil milhões de dólares, designadamente por a factura de combustíveis ter baixado 46,1%, para 891 milhões (pela baixa do preço em 39,7% e a redução do consumo em 9,4%), a queda das receitas levou a que os prejuízos operacionais passassem de 71 milhões no segundo trimestre de 2008 para 154 milhões este ano, e os resultados líquidos aumentassem de cinco milhões para 213 milhões, incluindo neste montante um encargo não recorrente de 44 milhões.
Para o conjunto do primeiro semestre, o balanço do grupo da Continental indica uma queda da receita em 20,1%, para 6,087 mil milhões de dólares, face a uma redução de custos em 18,8%, para 6,295 mil milhões (-44,2% nos custos de combustíveis, para 1,626 mil milhões, por um decréscimo do preço em 37,4% e uma redução do consumo em 10%), que provoca um agravamento do prejuízo operacional em 51,8%, para 208 milhões, e eleva a perda líquida de 87 milhões em 2008 para 349 milhões este ano.
A Continental Airlines transportou 22,438 milhões de passageiros no primeiro semestre deste ano, menos 10,9% ou menos 2,75 milhões que no período homólogo do ano passado (-8,6% no segundo trimestre, para 11,876 milhões).
A taxa de ocupação média dos voos realizados no primeiro semestre foi de 79,6% (-0,7 pontos que em 2008), apesar de uma redução da capacidade (em ASM = lugares x milhas) em 7,5%, porque a queda do tráfego medido em RPM (passageiros x milhas) foi de 8,3%.
No segundo trimestre, por uma queda do tráfego menos acentuada (-5,7%) face à manutenção da redução de capacidade (-7,3%), a taxa de ocupação melhorou 1,5 pontos, para 83,2%, o que permitiu atenuar a queda da receita unitária em (-16,9%, para 9,21 cêntimos do dólar), face à queda do yield (-18,3%, para 11,07 cêntimos).
No semestre, em que a taxa de ocupação baixa, a queda da receita unitária foi de 14,2%, para 9,31 cêntimos do dólar, face a um decréscimo do yield em 13,4%, para 11,69 cêntimos.






